quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Vida Bandit

Eu deveria estar em casa agora, minha mulher está brava comigo e já demonstrou isso dizendo “nada” pelo telefone quando eu perguntei porque ela está falando naquele tom, quem é casado sabe o que “nada” significa, portanto, aproveitem o post, pode ser o último.
Mas para vocês entenderem como cheguei nesse ponto, vamos voltar um pouco no tempo, mais precisamente a essa manhã, veja só como o mundo dá voltas e a gente se pega em uma tremenda ironia, eu que havia reclamado que s revistas só carregam motos em seus testes e que é ridículo insistir em carregar um objeto que anda sozinho vou descrever exatamente isso nesse post.
Levamos essa beleza para passear na caçamba da Montana

Meu amigo tem uma Suzuki Bandit 1250cc que precisava fazer uma revisão, existe uma concessionária da marca na cidade, mas ele prefere fazer em Penápolis (180kms daqui), no começo não entendi pra que ir tão longe para fazer uma revisão que precisa ser feita a cada 3000kms rodados, chegando na loja, conferindo a infra-estrutura, o conhecimento (recebemos do proprietário da loja, uma verdadeira aula sobre motos) e principalmente o excelente atendimento dado pelo dono e seus funcionários, tudo fez perfeito sentido.
Marcos Moto em Penápolis - Simpatia e eficiência, faço questão de divulgar a loja no meu blog

Não carreguei a moto apenas para fazer um favor para o meu amigo, depois do teste da piscina, recebi muitas críticas por ter feito uma avaliação de carga com um peso líquido e que o balanço do mesmo poderia fazer a necessidade de força oscilar (é por isso que caminhões que carregam líquidos levam tanques cheios até a boca), então, antes de devolver a picape, resolvi fazer mais um teste de carga, dessa vez com aproximadamente 250kg e na estrada.
Montana x Bandit - Uma tem motor 1.4 a outra tem motor 1.25

Com a Bandit na caçamba a tampa não fechava, a moto tem 2,20 mts, a caçamba tem 2 mts e não cabe nem na diagonal, resolvemos ir assim mesmo, a Montana tem a placa na tampa da caçamba e essa não pode ser removida, o que estávamos prestes a fazer é ilegal (mais pra frente descobri que havia esquecido minha habilitação em casa e nenhuma dessas nem foi a maior das nossas infrações) as molas cederam pouco, mas a traseira ficou visivelmente mais baixa.
A moto não coube inteira na caçamba, fomos com a tampa aberta
Abaixou um pouco, mas nada comparado ao dia  da piscina

Os ganchos na caçamba foram essenciais para a boa fixação dos estirantes

Logo na saída deu para perceber que era necessário um pouco mais de carga no acelerador para o carro se movimentar, ou seja, o carro sentiu nitidamente o peso extra, a disposição que o motor 1.4 apresenta com o carro vazio não é a mesma, nessa hora ela não parece ter os 105cv declarados e visíveis sem carga, isso se deve porque apesar dos bons (e acima da média) 105cv que o motor 1.4 oferece, o torque é pequeno (13,3mkgf), ficando pouca coisa acima dos 1.4 da concorrência.
Na estrada isso se tornou ainda mais perceptível, primeiro pelo consumo que não passou de 7,3km/l com álcool e nas subidas a coisa ficava ainda mais feia, o acelerador precisava ser apertado até o fundo, o ar-condicionado desligava sozinho e mesmo assim o carro não ganhava velocidade, no máximo mantinha-se a 100km/h, todos os carros 1.0 que eu ultrapassei sem dó nos últimos 13 anos podem se sentir vingados, vários me deixaram para trás nessa viagem, nesse momento passei a fazer uma disputa particular com um treminhão que carregava containers, hora eu ultrapassava, hora ele me ultrapassava, ficamos nessa por uns bons quilômetros até que uma voz na minha cabeça me disse “Fernando is faster than you (Fernando? Deixa pra lá), nessa hora, fui obrigado a deixá-lo seguir na minha frente.
Chegamos em Penápolis, descarregamos a moto e fomos almoçar, passamos por um restaurante simpático com cara de que servia comida caseira e resolvemos parar, estacionei bem na frente e nem me passou pela cabeça que era uma rua com Zona Azul (para ser sincero, eu não sabia nem que estávamos no centro da cidade).
Comemos a deliciosa comida enquanto assistíamos o Datena e o Neto disputando quem dizia mais besteiras ao vivo na televisão.
Terminado o almoço, vimos um pequeno barril de pinga ao lado do caixa, pegamos um pequeno copo de café e o enchemos com o aparentemente inofensivo líquido dourado, o cheiro da pinga era suave e gostoso, por isso, não pensei duas vezes em tomá-la numa golada só, a verdade é que de inofensivo, aquilo não tinha nada, o concentrado alcoólico desceu incandescente pelo meu esôfago caindo como uma chuva ácida no meu estômago, claro que era meu dever avisar meu amigo do perigo que ele corria e é claro que eu não fiz isso (muahaha), ainda abalado com o potente líquido corrosivo, percebi porque eles deixam um barril de pinga na saída do restaurante, acredito que aquela pequena quantidade de álcool concentrada conseguiu liquefazer tudo que eu havia comido e de quebra, me instigou a tomar mais alguma coisinha.
Decidimos ir tomar um chopp enquanto esperávamos pelo fim da revisão, saindo do restaurante, encontrei um papel em meu pára-brisa, pensei que fosse uma multa, mas era um recadinho escrito “favor acertar a zona azul, obrigado” e um nome que a gente não conseguiu identificar, por isso vou scanear o recado para vocês me ajudarem.
Não pagamos a Zona Azul e recebemos esse recado da Clarice, Elario, Clario, ou seja lá quem for.

“Acertamos” a Zona Azul e fomos atrás de um chopp, nos indicaram um shopping, lá não encontramos nenhum bar no piso inferior, subimos as escadas para procurar um bar no piso superior e encontramos um almoxarifado, a verdade é que aquilo era uma galeria e tinha apenas um piso.

Depois do simpático recado do nosso amigo(a), fizemos questão de "acertar" a Zona Azul

Procuramos então por um bar e encontramos um dois quarteirões à frente, o calor tanto que o líquido ingerido não chegava ao estômago, ele era imediatamente expelido pelos poros em forma de suor, isso não nos impediu de ficarmos lá das 14 às 18 horas (o papo estava bom e teríamos ficado mais se não tivéssemos que voltar)
Pegamos a moto e nos perdemos um pouco procurando um lugar que vendesse um isopor, umas latas e gelo, fui chamado de “tio” por uma recém aprovada no vestibular que estava toda pintada e pedindo dinheiro no semáforo, vou fazer a barba quando chegar em casa.
Trollando na estrada, quase entramos na estrada de terra, mas pelo bem da moto, desistimos.

Reparem na luz na caçamba, é muito útil para mexer na carga em locais escuros.
Na volta lembrava que teria que ir para São Paulo no dia seguinte e entregar o carro, a cada lata ingerida eu tentava convencer meu amigo que seria uma boa ideia ele comprar uma passagem de avião de São Paulo para Presidente Prudente para ele aproveitar seu último dia de férias e ir comigo, papo vai, papo vem e ele decidiu conferir quantas milhas ele tinha acumuladas para trocar pela passagem, e é enquanto ele faz isso que eu espero aqui na casa dele com minha esposa furiosa lá em casa, sei que se ele não comprar a passagem hoje, amanhã quando acordar de ressaca ele não vai entrar nessa roubada comigo nem a pau, por isso, enquanto minha esposa confere o peso do rolo de macarrão, eu aguardo e escrevo esse post.

Continua... (ou não)


domingo, 16 de janeiro de 2011

Piscina móvel

Ontem resolvi finalmente fazer o teste de carga com a Montana, depois de analisar várias sugestões engraçadas, algumas práticas e outras perturbadoras, tive que colocar na balança para escolher uma que fosse inusitada e ao mesmo tempo possível.
O problema é que enquanto eu planejava uma maneira de realizar a ideia escolhida, várias pessoas deram essa mesma sugestão no Orkut, aparentemente, encher uma caçamba de água não é tão inusitado quanto parece, mas eu resolvi fazer mesmo assim, a ideia inicial era encher a caçamba com 500 litros de água que seria equivalente a 500kg, mas nem tudo saiu como o planejado.

O combinado seria fazer na casa de um amigo que tem uma piscina inflável nova que vedaria a caçamba para enchê-la, ligamos insistentemente para esse amigo e ele não atendia, deixar para outro dia não era uma opção já que eu combinei tudo no dia anterior e depois de combinado, prometi para vocês que colocaria no blog.
Por sorte achei uma piscina velha aqui em casa que eu nem lembrava que existia, peguei a piscina e fui para casa de outro amigo (Benito), chegando lá, ele estava tomando cerveja com um amigo nosso (Raul), era um dia ensolarado na beira da piscina e como ninguém é de ferro, resolvi tomar umas também (o que só atrapalhou meu julgamento e raciocínio da situação).
Antes de começarmos, aproveitamos a tampa da caçamba como trampolim
Forramos a caçamba com uma piscina velha para segurar a água


Benito tem um Fiat Punto e logo de cara disse que achou a Montana muito bonita, falou que gostou principalmente da frente grande que dá a ela uma cara de caminhão, Raul tinha uma S10 e adquiriu recentemente uma Strada Adventure Locker cabine estendida, ele entrou no carro e logo disparou que não serviria para ele pois o banco não recua o necessário para ele se sentir confortável.
 Pegamos duas latas de tinta vazias e começamos a encher com água para despejar na caçamba, levando em consideração que uma lata de tinta tem 20 litros, bastariam 25 latas para chegarmos aos 500 litros, foi aí que dois problemas surgiram, a lona velha estava furada, começou a vazar aos poucos e o Raul disse que a lata de tinta tinha 18 litros e não 20, discutimos um pouco e resolvemos colocar 35 latas de água (sem nenhuma conta ou justificativa), isso daria 630 litros, levando em consideração o tanto que estava vazando e o tanto de latas de cerveja que havíamos tomado, não conseguimos encontrar uma desculpa plausível para explicar aqui no texto porque fixamos o número de 35 latas de água.
Latas de tinta, tem 20 ou 18 litros? Resolvemos colocar 35 delas.
A conta já tinha ido para o espaço, lembrava que a caçamba da Montana tem um pouco mais de 1000 litros de capacidade, se 35 latas de água não chegassem na metade da caçamba, colocaria mais água até chegar lá, nessa hora, enchíamos as latas, mas não conseguíamos ver qual era a utilidade disso, de qualquer maneira, já tínhamos ido tão longe e resolvemos continuar seguindo o plano inicial.
Quando chegamos na última lata e exatamente a metade da caçamba (incrível), o amigo que deveria ter atendido o telefone horas atrás resolveu ligar e pediu para que esperássemos por ele antes de iniciar o teste, enquanto esperávamos, a água continuava pingando e o Raul resolveu colocar a mangueira ligada na caçamba para não baixar a água.
Esperamos por mais de uma hora e nosso amigo não apareceu, resolvemos seguir em frente e quando olhamos a caçamba, ela já estava com mais de 70% de capacidade cheia de água (isso até que foi bom, porque os gênios não consideraram que a água poderia cair com o sacolejo do carro)
Enquanto esperávamos, não percebemos que passamos da quantidade de água desejada

Resolvi tirar umas fotos para mostrar o quanto a suspensão abaixou com o peso e ao tirar uma foto de trás vi que o carro estava bem torto para a direita, os pneus também estavam bem murchos e isso gerou uma discussão entre eu e o Raul, eu afirmava que para carregar carga, os pneus devem estar com menos libras do que quando roda vazia, Raul disse o contrário e fez questão de esfregar o manual da Strada dele na minha cara, em determinadas situações, indicam até 41 libras para os pneus traseiros, vivendo e aprendendo.
Com os caras dentro, ultrapassamos a quantidade de carga desejada
A suspensão baixou bastante, os pneus deveriam ter sido calibrados com 40lbs
O carro ficou torto, felizmente voltou ao normal depois.
Como se os 70% da caçamba não fossem suficientes, meus ébrios amigos decidiram que iriam junto na minha avaliação, com eles dentro a Montana já estava levando mais do que sua capacidade de carga na caçamba e deu para sentir a dificuldade que o motor estava tendo para puxar o carro, felizmente uma grande quantidade de água caiu antes mesmo de sairmos da garagem.

Muita água caiu antes de sairmos, no fim da primeira subida, já estava pela metade
Por se tratar de uma ideia imbecil, ilegal e de que meus passageiros molhados serem dois doutores veterinários conhecidos na cidade, resolvi fazer um percurso sem muito trânsito e movimento, mas com bastante ladeiras e valetas, pensando em preservar a imagem dos meus amigos, evitei passar por locais com muita gente, apenas vou colocar o vídeo no Youtube (muuuaahaha – risada maléfica)
O carro sofreu muito para rodar carregado, o motor 1.4 (que parece ser de cilindrada maior  com o carro vazio) penou bastante nas subidas, em alguns casos, nem pude engatar segunda (e olha que o câmbio é bem curto), em subidas íngremes, precisei queimar um pouco de embreagem para o carro embalar, segundo o computador de bordo zerado antes de sair da garagem, o consumo foi de 3,3km/l (Amy Winehouse no reveillon)
A suspensão baixou bastante, principalmente com os dois cidadãos boiando na caçamba, mas baixou menos do que eu esperava, estou acompanhando o teste dos 100 dias da revista Carro e a Hoggar com menos peso baixou muito mais.
Montana vazia acima e com 70% da caçamba cheia de água abaixo
No fim das contas cheguei a conclusão de que a Montana pode até suportar os 730kg declarados pela fábrica, mas não vai muito longe com eles e nem chega a qualquer lugar, ela é mesmo uma picapinha para você levar uma geladeira, um guarda-roupas, uma moto ou qualquer outra coisa que exija espaço (porque isso ela tem, a caçamba é grande e profunda) mas não pese um absurdo.  

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A batalha do século

Hoje acordei com uma energia incrível, foi um daqueles dias que você acorda com a sensação de que pode mudar o mundo (imagine mentalmente a música tema de Rocky, o lutador: PAM! pampampam, pampampam, pampampaaaaaaaaaam), levantei às 7 e tomei um banho gelado, (PAM!) pedalei na bicicleta ergométrica e sobrevivi à poeira acumulada nela (pampampam), tomei outro banho gelado (não tinha planejado pedalar nem me cobrir de poeira antes do primeiro banho) e bebi um café preto sem açúcar (pampampam), me senti preparado para encarar de frente meu maior adversário, o maldito relógio da Montana (pampampaaaaaaaaaam)
Começou o primeiro round, adentrei o carro estudando seus movimentos (ele estava irritantemente parado), ataquei pela direita, mantive os botões pressionados enquanto encarava o inimigo nos olhos (no caso, na tela) esperando ele piscar, mas ele não piscou.
Segundo round, mudei de estratégia, ataquei pela esquerda pressionando o inimigo por mais tempo do que o necessário, nada, um simples piscar seria suficiente, mas ele mantinha-se cinicamente estático.
Terceiro round, resolvi seguir a estratégia do primeiro round, mas com a ignição ligada contrariando o manual, novamente, eu falhei.
Não me dei por vencido, peguei o carro e fui à concessionária, chegando lá, me encaminharam para a oficina, parei na vaga de veículos não agendados (não achei que me levariam a sério se eu agendasse o acerto de um relógio) e procurei pelo rapaz que me indicaram na entrada, era um garoto bem novo, provavelmente o estagiário que pega os serviços mais estúpidos como o que eu lhe propunha.
Ele entrou no carro tentou algumas vezes do mesmo jeito que eu estava tentando (provavelmente esse deve ser o modo intuitivo, não sei por que não fizeram desse jeito), quando eu vi a cena, percebi que seria outra surra, não deu outra, nocaute.
Ele chamou outro funcionário que entrou no carro, fez exatamente tudo que eu e o outro desafiante tentamos em vão e beijou a lona como já era esperado, assistindo o massacre eu já não me sentia tão idiota e já estava considerando a ideia de subtrair 4 horas e 13 minutos sempre que olhasse no relógio.
Eis que surge a última esperança, chamar o Tonhão, pense comigo, você está em uma oficina e o cara que vão chamar chama-se Tonhão, o que você imagina?
Eu também pensei que chegaria um guarda-roupas com uma marreta na mão que acertaria o relógio na base da pancada, mas chegou uma carinha mirrado que encarou o relógio de frente e com rápidos movimentos liquidou o temido inimigo sem derrubar uma gota de suor sequer, ele fez parecer tão fácil que eu voltei a me sentir um idiota, só que dessa vez eu não estava sozinho.
Depois de muito suor e sangue, Tonhão o lutador nocauteou o adversário

Mudando de assunto, recebi via email, Orkut e aqui mesmo pelo blog, várias sugestões de coisas pesadas que eu posso carregar na Montana, sinceramente, tem algumas sugestões que me deixaram relativamente preocupado com o tipo de maluco que lê essa parada, mas foram as mais malucas que eu escolhi, vou tentar uma delas amanhã, se não der certo, tento outra, e vou tentando até conseguir.
Provavelmente não vou atualizar o blog nesse sábado para contar a proeza, mas domingo eu posto os resultados.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Bate e assopra

Me falaram que eu peguei pesado demais no post de ontem, eles têm um fundo de razão, não posso fazer isso com quem me trata tão bem, a Montamy (depois da história da Amy, é assim que meus amigos estão chamando ela) me enche de mimos, ela liga o farol sozinha quando escurece, me avisa com um alerta sonoro se eu esqueço a chave no contato, pareia sozinha com meu telefone, sobe o vidro com apenas um toque, trava as portas quando começa a andar, sobe o vidros quando aciono o alarme, abaixa um pouco os vidros quando abre a porta para não precisar fazer força para fechar, clareia a caçamba e o porta-luvas no escuro, me mostra quantos quilômetros eu faço com um litro, quantos quilômetros faltam para acabar o combustível, quantos litros eu gastei, qual é a temperatura externa e muito mais, só não me mostra que horas são... Por enquanto, porque amanhã eu pretendo levá-la em uma  concessionária e resolver isso de uma vez por todas, inclusive, se me perguntarem porque ela é adesivada, vou dizer que sou da imprensa e estou avaliando o carro e as concessionárias, quero ver os caras suando a camisa.
A Montana que eu estou usando é toda adesivada com o endereço do twitter

A Montamy faz de tudo para agradar, tem dezenas de porta-trecos dentro dela, se você jogar uma bolinha de ping-pong, certamente cairá dentro de um, isso até me deu uma ideia para um jogo que seria muito divertido para quem abusa de substâncias entorpecentes ou simplesmente não tem um Playstation.
Outra coisa legal é o capricho que eles tiveram com o painel, quando você liga, os ponteiros surgem do nada, atravessam o painel e voltam à posição normal, e você, leitor leigo, sabe qual é a utilidade disso? Nenhuma, ri-go-ro-sa-men-te nenhuma, mas é bem legal e é justamente fazendo uma coisa legal, mas sem utilidade que você vê a intenção, é como presentear alguém com rosas, o presente é inútil, você nunca dá rosas e ouve "era justamente disso que eu estava precisando, como você adivinhou?", mas o gesto conta pontos.

Assim como o show da Amy Winehouse, meu tempo com a Montamy é curto, tem muitas coisas que eu quero fazer com ela e ainda não consegui, quero colocá-la na lama (falta lama) e encher a caçamba de peso (falta peso), para conseguir a lama, só preciso que chova, o tempo está fechado, mas não chove (quando eu estou na praia, nunca passo por esse problema), já o lance do peso é outra história, quero carregar a pick-up com algo inusitado, sou crítico ferrenho das revistas que desde o lançamento da pick-up derivada do Fiat 147 carregam motos na caçamba, 30 anos depois do lançamento da primeira pick-up nacional e eles continuam insistindo em carregar uma coisa que anda sozinha e nem é tão pesada assim, o limite de carga delas passam dos 700kg e os caras carregam uma Biz. O que eu vou carregar? Estou aceitando sugestões.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amy Winevader

O que define o bonito e o feio hoje em dia?
Na internet, a Montana é unanimamente (não sei se ela palavra existe, mas achei style) feia, desde o lançamento vejo a chamarem de “Monstrana” nos fóruns, eu acabei indo na onda e também considerava a Montana um carro feio, não sei se porque a antecessora era a mais bela entre as pick-ups e transformá-la dessa maneira foi quase um sacrilégio ou se é por causa das formas desproporcionais da grade dianteira e dos faróis, as revistas ficaram em cima do muro e se limitaram a dizer que a frente caiu melhor nela do que no Agile (você decide se isso é um elogio ou não).
Pra mim, resolveram cruzar o Darth Vader com a Amy Winehouse e surgiu a Montana.
Amy Winehouse + Darth Vader = Montana (poderíamos adicionar o Shrek nessa verde)

O que me surpreendeu foi descobrir que as pessoas normais (que não sejam internéticos viciados em carros) não compartilham desse pensamento, alguns amigos que jamais compraram uma revista automotiva e nem sabem que existem fóruns onde falam sobre o assunto acharam o carro bonito e inclusive, falaram para eu comentar sobre o design dela no blog, em um posto de gasolina, deixei o carro abastecendo e fui pagar a conta no caixa, enquanto digitava a senha, outro cara apareceu para pagar e comentou com o caixa “carro bonito da p#%@”
Agora fiquei na dúvida, eu achava que fazia parte de uma maioria, pois era raríssimo ver uma opinião contrária a nossa nos fóruns, mas os números das vendas do Agile mostram que o grande público não concorda com a gente, na soma das vendas de janeiro até agora, ele é o compacto premium mais vendido do país, à frente dos belos C3 e Punto, a dúvida continua, mas a certeza é que eu preciso deixar o computador de lado um pouco e conversar mais com gente de carne e osso.
É de conhecimento público que o álcool embeleza qualquer pessoa a sua frente, já gastei mais com álcool pagando bebidas para ficar mais formoso perante o sexo oposto do que muita mulher gastou com produtos de beleza, eu não topei a Montana cheio de álcool, isso é crime,  mas pelo que ela tem bebido nos últimos dias, eu devo ser praticamente o Brad Pitt a conduzindo por aí, desde segunda feira quando abasteci o carro e zerei o computador de bordo, com o ar-condicionado ligado, ela tem bebido um litro de álcool para cada 4,5 kms rodados (mais uma semelhança com a Amy), o relógio eu ainda não acertei, mas ela provavelmente deve ter um calendário, e este, deve estar achando que é Carnaval.

PS: Se você não entende bulhufas de carro, mas gostou do texto, conheça meu outro blog
http://provisorioprasempre.spaces.live.com/default.aspx?sa=467071395

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Conexão Bogotá

Já havia tentado no dia que peguei o carro e esperava pelo meu amigo no aeroporto, já havia tentado ontem, cheguei a pedir para minha mulher procurar em vão no manual e não consegui parear meu celular (via Bluetooth) com o som da Montana, acabei pedindo ajuda para o pessoal lá da comunidade da Quatro Rodas e dois membros (Lulinha e Rafael) solucionaram meu problema, descobri como parear meu celular, além disso, descobri outra coisa que eu não havia percebido, NINGUÉM ME LIGA!
Rodei umas 2 horas com o carro e não recebi absolutamente nenhuma ligação, preciso resolver isso de qualquer maneira e me recuso a usar métodos desesperados como ficar com o carro na garagem com o celular em uma mão e o telefone sem fio em outra, a ligação precisa ser legítima, por isso, amanhã testarei vários experimentos para receber minha preciosa ligação:

- Vou procurar algum comunicado sobre animal perdido no jornal, ligarei a cobrar e desligarei antes da musiquinha acabar.

- Anunciarei meu facebook e orkut nos classificados dizendo que o comprador leva várias comunidades falidas e uma porção de amigos que não te ligam.

- Entrarei no MSN com o nick “ganhei na loteria”

- Colarei um adesivo no carro com o número do meu celular, a pergunta “Como estou dirigindo?” e sairei fazendo barbeiragens por aí.

Tenho certeza que uma dessas vai ser efetiva.
Hell's phone conectado, basta entrar no carro que ele reconhece, só falta a ligação


Outra coisa que eu precisei de ajuda foi para acertar o relógio que está errado desde que eu peguei o carro (e provavelmente desde que saiu da fábrica), procurei o manual do carro, mas ele deve estar com o pessoal da agência, foi aí que o pessoal da comunidade da Quatro Rodas me salvou novamente, o confrade Antonio conseguiu um manual do Agile em PDF para eu baixar, lendo o manual descobri que estava fazendo tudo da maneira correta, exceto por um pequeno detalhe, a ignição deveria estar desligada, simples, básico, não sei como eu não havia pensado nisso antes, mas não deu certo, o carro está no fuso horário de Bogotá, que droga! 

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Começando a semana

Comecei minha semana com a Montana, a primeira coisa que fiz nessa segunda-feira foi apresentá-la à minha mãe que é cadeirante, pensei que fosse conseguir guardar a cadeira dela desmontada e dobrada atrás dos bancos, mas não deu, espaço tem, o problema é fazer a cadeira entrar, o banco do passageiro pode ser dobrado totalmente, dessa maneira a cadeira entraria com facilidade, mas onde eu ia colocar minha mãe enquanto desmonto e dobro a cadeira? (é uma pergunta retórica, não respondam)
Minha mãe curtindo o carro, a cadeira não passou pelo banco, mas o espaço é bom

Minha mãe se acomodou no banco da frente e a cadeira de rodas foi sambando na caçamba, ela gostou bastante do carro, principalmente por ser alto, para falar a verdade, sendo alto, ele poderia ser manco de uma roda e caolho de um farol que ela gostaria da mesma maneira, tenho certeza que a minha mãe não é a única mulher que pensa assim.
Já havia lido em outros blogs que a Montana chamava atenção por onde passa, mas eu creditava isso ao modelo cor de abacate metálico que eles estavam usando, a que eu estou usando é prata e mesmo assim, entorta pescoços por onde passa, na última vez que tanta gente olhou para mim no transito eu estava com a bagagem que deveria estar no porta-malas em cima do teto sem saber.
A Montana que eu estou usando tem vidros verdes, eles protegem contra o sol, mas não dão a privacidade que um insulfilm escuro proporciona, isso, aliado ao fato de que todos estão olhando para você pode ser bastante efetivo para abandonar hábitos condenáveis como cutucar o nariz no semáforo.
A Montana não agrada apenas as mulheres por ser alta, agrada aos geeks e fãs de ficção científica, o painel azulado lembra muito o filme Tron (sucesso dos anos 80 relançado recentemente) e em cima do compartimento que abriga o GPS tem um pequeno R2D2 que acende quando o alarme está ligado, não sei se me orgulho ou me envergonho de ser capaz de fazer tais analogias.

Painel Tron e o pequeno R2D2 protegendo o carro dos badidos

 Já descobrimos que a Montana agrada as mulheres e os nerds, mas o que nós realmente precisamos saber é se ela agüenta o tranco, se carrega peso, se agrada os trabalhadores, infelizmente, eu não sou um deles.
Quem sabe se alguém resolver fazer uma festa e me convocar para carregar umas caixas de cerveja eu descubra, alguém está disposto a me ajudar?


PS: Se você não entende bulhufas de carro, mas gostou do texto, conheça meu outro blog
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domingo, 9 de janeiro de 2011

Hel na Montana


Olá, meu nome é Helder Ibanez e a partir de hoje vou escrever minhas impressões sobre a Chevrolet Montana.
Tudo começou quando o pessoal da agência entrou em contato comigo me convidando para ter a honra de avaliar a Nova Montana do dia 07/01 até o dia 26/01, a coisa não aconteceu exatamente desse jeito, mas vamos deixar assim.
Enviaram-me uma passagem de avião e eu desembarquei em Congonhas às 16:50, o pessoal da agência estava me esperando no aeroporto com uma plaquinha com meu nome em mãos e o sorriso honesto de quem esperava alguém mais alto (costumo causar esse tipo de decepção nas pessoas, mas como passei dos 30, já perdi as esperanças de crescer mais), a plaquinha foi feita com esmero, com uma foto da Nova Montana e meu nome, a moça que segurava achou tosca, eu achei simpática.
Estava ansioso para ver o carro, mas o que eu queria mesmo ver era se tinha entrada auxiliar para conectar meu ipod, já havia até bolado um plano B para caso a entrada não existisse, coloquei duas caixas e som à pilha na minha bagagem e iria com elas tocando no banco do passageiro ignorando o quão ridículo isso seria
Felizmente, o som tinha entrada auxiliar, a frase de que a felicidade está nas pequenas coisas deixou de ser clichê para mim nesse momento, ponto para a GM
O pessoal da agência tirou mais algumas fotos minhas com o carro e foi embora, fiquei na área de desembarque do aeroporto esperando o amigo que me hospedaria, a ideia inicial era pegar o carro e voltar para Presidente Prudente direto, mas aparentemente, São Pedro brigou com São Paulo e o tempo fechou, do auge da minha caipirês prudentina, preferi não correr o risco de enfrentar transito paulista + chuva forte + horário de pico, esse foi um dos raros momentos de sabedoria (senão o único) que vocês lerão nesse texto, aproveitei para matar a saudade dos meus amigos Mauricio, Cris e Tia Bia que moram na cidade.
Só senti o carro realmente no dia seguinte, na primeira batida de chave aconteceu a primeira idiotice (de muitas) desse relato, dirijo um Sentra automático e perdi o hábito de pisar na embreagem para ligar o carro, enfiei o pé no freio e liguei o carro engatado, ele deu um pulo, um berro e afogou para a alegria dos transeuntes que estavam na calçada, senti meu rosto queimar e foi a hora ideal para testar o ar-condicionado em potência máxima, funcionou com louvor, mais um ponto para a GM.
Saí de São Paulo em direção à Presidente Prudente, uma viagem de 600kms, tempo mais do que suficiente para aproveitar o carro e o momento ideal para testar meu GPS (a Montana é a única pick-up compacta com GPS opcional, mas a minha não tem, humpf), com esse auxílio foi bem simples sair da cidade, o trânsito pequeno de sábado de manhã também colaborou, aproveitei a estrada vazia para brincar com o computador de bordo, não sou adepto de manuais e fui tentando na raça, em 5 minutos já havia desconfigurado todo o carro, o hodômetro estava marcando em milhas, o consumo médio em litros/100 e o carro falando em espanhol, a Montana é uma cidadã do mundo, eu não, meu espanhol limita-se a pedir um perro caliente com cueca-cuela no Paraguay.
Esse lance de milhas pode vir a calhar quando forem vender o carro, afinal, se você colocar em milhas, 80.000kms vão ficar como 50.000milhas e pode passar despercebido para um comprador desatento, mas você, cidadão desonesto que fizer isso, não diga que viu isso nesse blog, não me orgulho de ter tido essa ideia.
Depois de horas de peleja, consegui fazer o computador voltar a funcionar como deveria, nesse momento, a velocidade média era de 95km/h e o consumo era de 11km/l, recebi o carro com tanque cheio e não sei se era de gasolina ou álcool (sou old school e não consigo chamar de Etanol), se for de álcool é um consumo que eu considero bom, principalmente porque o ar-condicionado esteve ligado o tempo todo.
Outra coisa que é exclusiva da Montana em relação à concorrência e que eu considero indispensável para uma viagem é o cruise control, usei sempre que possível, infelizmente com tantos pedágios (foram dez!) precisava desligá-lo  toda hora.
Em um desses pedágios uma mosca entrou no carro e ficou orbitando em volta da minha cabeça, enquanto me digladiava com ela, cheguei a perder o controle do carro, mas os largos pneus R16 e a suspensão acertada foram essenciais para que eu retomasse a direção,  essa foi mais uma das idiotices que eu mencionei anteriormente e ver o carro sambando deve ter sido perturbador para quem transitava pela Castello Branco naquele momento, se um de vocês viu essa cena, peço sinceras desculpas.
Tentei abrir os vidros para a mosca sair, mas ela estava determinada a seguir viagem comigo, tentei argumentar que Presidente Prudente não tem muita coisa interessante e é praticamente uma filial do inferno tamanho é o calor que faz por lá, argumento ignorado, resolvemos declarar paz e seguir viagem, até batizei minha co-pilota de Moscana, só estava torcendo para que ela não fosse uma espécie diferente e desequilibrasse o ecossistema prudentino.
Ainda faltavam 380kms e o computador de bordo marcava uma autonomia de 420kms, pelos meus relatos de idiotices anteriores eu nem preciso dizer que eu resolvi arriscar fazer a viagem toda sem abastecer, rodados mais 300kms, o ponteiro do combustível me fazia pensar que eu teria que colocar mais álcool, o computador de bordo indicava o contrário e que eu chegaria sem nenhuma parada, foi nesse momento que o GPS resolveu nos abandonar, a partir daí, Moscana e eu estávamos por nossa conta e risco, é desnecessário dizer que nos perdemos, e com essa quilometragem extra, nem o ponteiro, nem o computador de bordo garantiam que eu chegaria com aquele combustível, desliguei o ar-condicionado e comecei a assar dentro do carro, abri o vidro e Moscana se foi, naquele momento entendi perfeitamente o que Tom Hanks (o náufrago que não estava em um navio) sentiu ao perder Wilson, mas aceito a decisão de Moscana, ninguém merece empurrar carro no sábado.
Ficar sem combustível por descuido é praticamente impossível na Montana, quando está perto do fim, além do ponteiro ficar lá embaixo, acende uma luz, surge um aviso sonoro, o marcador da autonomia para de marcar e fica piscando a palavra “ABASTEÇA” , ou seja, você precisa ser um idiota para ficar a pé por falta de combustível, eu sou um idiota, mas um idiota com sorte, porque logo que o carro começou a implorar por combustível, apareceu um posto, foi a
primeira vez que eu abasteci um carro com álcool voluntariamente, nas outras vezes, colocaram álcool nos meus carros à gasolina por engano.
A GM teve o cuidado de colocar trava elétrica no bocal do tanque de combustível, você não precisa entregar a chave para o frentista, descobri isso quando ele me devolveu a chave e disse “não precisa”, como se esse constrangimento não fosse o suficiente, novamente enfiei o pé no freio e liguei o carro engatado, depois do salto que o carro fez, ouvi um “SEGURA PEÃO”, nesse momento, sabia que estava perto de casa.

PS: Se você não entende bulhufas de carro, mas gostou do texto, conheça meu outro blog
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