quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Consumo

Na postagem passada, disse que a maior dúvida sobre o Bravo por parte dos meus amigos próximos e virtuais, era como foi abandonar o câmbio CVT e encarar um manual.
Existe uma segunda dúvida que pode ser tornar a primeira se eu considerar além das pessoas que me conhecem, as pessoas anônimas que me questionam na rua e na internet, essa dúvida é o consumo.
Quando penso em consumo, faço uma reflexão que remete à época em que eu virei um motorista habilitado em 1997.
Nessa época, o consumo era avaliado e até valorizado, mas com um peso infinitamente menor, hoje, nem mencionam o consumo de uma Ferrari, porque quem tem grana para uma Ferrari, não tem problemas com combustível, na minha época de recém habilitado, isso acontecia com carros esportivos nacionais, mas era prontamente justificado por conta do desempenho, ou seja, um Vectra GSi poderia beber o dobro de um Santana, mas seu desempenho valia cada litro de gasolina queimado a mais por quilômetro rodado.
A coisa mudou, eu não sei valores exatos, mas lembro, que rodava quase 1000kms por semana e gastava pouco mais de um salário mínimo por mês naquela época, hoje, rodando o mesmo, gastaria mais de 2 salários mínimos, portanto, andar de carro ficou muito mais caro, e também temos outras despesas que não tínhamos antigamente, como conta de celular, internet, TV por satélite, remédio para pressão e etc, a esportividade deixou de ser um argumento bom o suficiente, isso explica o sucesso das versões "esportivadas" como a Sporting da Fiat e GT da GM/Volks que são meros modelos comuns fantasiados de esportivos.
No restante do mundo, o combustível é mais acessível, mas, mesmo lá, já começou a pesar, fontes de energia alternativas e tecnologias voltadas para a economia estão em alta em toda parte, principalmente na Europa.
É da Europa que vem o motor do Bravo e o conceito downsizing.
O conceito downsizing consiste resumidamente em diminuir o tamanho do motor (consequentemente o consumo e a emissão de poluentes), sem abrir mão da potência e do torque.
Um Chrisler PT Cruizer 2.4 16v rende 150cv, um T-Jet 1.4 16v rende 152cv e ainda tem a vantagem do torque máximo disponível durante uma faixa bem maior de rotação.
Com o auxílio de uma turbina e outras tecnologias, consegue-se uma potência até maior do que um 2.0 com o consumo de um 1.6 em um motor 1.4, todas as grandes montadoras europeias já aderiram ao downzising.
Lá na Europa a ideia é a eficiência, a economia e a baixa emissão de poluentes, aqui no Brasil a coisa é um pouco diferente.
Como as quatro portas, a refrigeração à água, os cabeçotes 16v, os câmbios automáticos e muitas outras coisas, o Brasil tem uma rejeição natural à inovações, logo, os “entendidos” começam a criar centenas de mitos sobre essas coisas que assustam o restante do público e atrasam a implantação dos mesmos. É por isso que estamos um passo atrás no que há de melhor no mundo inteiro.
As montadoras sentem medo de investir em tendências mundiais porque o pioneirismo é uma aposta arriscada e pode virar uma cicatriz na marca para sempre, quem nunca ouviu ou ainda ouve as maiores barbaridades sobre motores 16v até hoje? Pois elas vieram para ficar e já são unanimidade nas categorias mais sofisticadas, só existe um sedan médio com 8v no mercado e é o menos eficiente deles.
Com o downsizing não poderia ser diferente, ainda vamos demorar décadas para convencer o brasileiro que é melhor pegar um 1.4 Turbo de 150cv do que um 1.8 de 136cv.
Mas a Fiat trouxe o downzising mesmo assim, da mesma forma que trouxe as 16v no Tempra, o turbo no Uno e muitas coisas que ainda causam calafrios no seu avô.
Porém, quando peguei o Bravo, esperava o que se espera de um downsizing, um carro 1.4 com desempenho de 2.0 e consumo de 1.6, mas logo quando senti a tocada vigorosa e principalmente quando percebi o escalonamento curto das marchas, vi que a ideia da Fiat nada tem a ver com a eficiência e sim com o desempenho que só um carro turbinado pode proporcionar.
A sexta marcha que poderia ser uma marcha que você joga na estrada para baixar o giro e economizar combustível, está lá para te dar mais desempenho e consequentemente, melhorar a velocidade máxima.
Em sexta, a 120km/h, ele está girando a 3000RPM e ganha velocidade com facilidade se você pisar mais.
A primeira comprovação de que não tem nada de downsizing no Bravo foi essa, a segunda foi ao ver o computador de bordo marcando 5km/l na cidade, meu downsizing proporcionava um desempenho acima de um carro 2.0 e um consumo digno dessa superioridade.
Não divulguei essa marca porque sei que ela iria melhorar conforme o carro estivesse mais rodado, eu mais adaptado ao câmbio e principalmente, quando passasse a empolgação púbere de sair acelerando com o OVB acionado em toda oportunidade possível, outra vontade era medir com o ar-condicionado desligado, mas isso é praticamente impossível de fazer na minha região, por isso, deixei para depois.
Na semana seguinte, o consumo já era de 6,5km/l, ainda não tinha pego estrada com ele, a vontade de sair rasgando ainda não havia passado e desligar o ar-condicionado não era uma opção, o verão estava chegando, deixei o trip B ligado e sem zerar para saber o consumo médio total desde que o carro estava com 200kms rodados (deveria ter feito isso logo ao sair da concessionária, mas não tive idéia)
Na terceira semana, mudei de posto e fechei com 6,8km/l, o modo de condução foi o mesmo e eu desisti de medir com o ar desligado, vou passar o ano inteiro com ele ligado, então é esse o consumo que eu vou ter, não adianta saber como o carro funciona sem ar se eu só vou deixá-lo desligado durante 10 ou 15 ao ano.
Com a temperatura de Presidente Prudente, não dá para andar sem ar-condicionado

Na quarta semana, fiz uma viagem de 150kms, porém, aproveitei a estrada para medir a velocidade máxima dele, então, o consumo foi horrível, mas, pelo menos, rendeu esse vídeo.

Hoje, o Bravo está com 1700kms rodados, fiz uma viagem de 70kms no natal rodando com o piloto automático travado na velocidade limite (100km/h em alguns trechos, 110km/h em outros) e só ultrapassei esses limites quando precisava fazer uma ultrapassagem como qualquer pessoa dirige normalmente. Não resisti na saída do pedágio e dei uma arrancada, mas isso deve ter prejudicado muito pouco no consumo.
Ele teve uma média de 13,3km/l na estrada com o ar ligado, tudo isso pode ser conferido no vídeo abaixo (inclusive a arrancada que melhorou em relação à primeira)

Atualmente, o Bravo tem feito 7,5km/l na cidade com o ar ligado e exigindo do motor quando tenho oportunidade.
Na média total de 1500kms rodados foi de 8km/l, 1100 desses quilômetros foram na cidade e 400 na estrada, sempre com o ar-condicionado ligado e com o overbooster ativado sempre que tive oportunidade.
Nem a doutina downsizing nem o câmbio de 6 marchas buscam a economia nessa versão do Bravo, todo seu comportamento remete à esportividade, mas eu acho que tocando normalmente, consigo fazer 8km/l, talvez mais com o ar-condicionado desligado, porém, se depender do calor da minha cidade e do prazer que pisar fundo me proporciona, vou considerar 7,5km/l na cidade como o consumo definitivo.
Enquanto o álcool não voltar a ser uma alternativa viável, o consumo do Bravo é muito bom em relação à concorrência, principalmente se considerar o desempenho que ele proporciona.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Manual x CVT

Desde que comprei o Bravo, o maior questionamento sobre ele, por incrível que pareça, não era sobre desempenho, conforto, preço, seguro ou consumo, a maior dúvida que meus amigos e conhecidos tinham sobre o Bravo era sobre como foi viver sem o câmbio CVT, por parte dos meus camaradas de redes sociais,  isso se deve ao conhecimento que eles têm do sistema e por parte dos amigos próximos que não entendem patavinas sobre mecânica, isso se deve aos anos que eu passei elogiando e explicando como funciona o sistema
Esse foi também foi meu dilema antes de trocar o Sentra, meus candidatos eram o Fluence (que compartilha da mecânica do Sentra) e o Cruze que é um carro de marca tradicional que acabou de chegar com um câmbio automático de 6 marchas, porque não optei por nenhum deles fica para outra postagem.
O Brasil ainda é pobre (para não dizer miserável) no que diz respeito a carros automáticos, na categoria dos sedans a coisa está engatinhando, nas dos hatches médios (como o Bravo), está na incubadora, os mais vendidos (Focus e i30) contam com pré-históricas caixas de quatro marchas, o restante não é nada melhor que isso, não existe um hatch médio no mercado com uma caixa automática que valha a pena.
Mas eu não saí dos hatches médios, eu saí dos sedans médios que estão mais a frente nesse quesito (mas não muito), o mais avançado é o Sentra com a excelente caixa CVT (e recentemente o Fluence com a mesma mecânica), depois dele, tínhamos o Bora/Jetta com o tiptronic de 6 marchas (porém, acoplado ao jurássico motor do Santana) e o Civic com câmbio de 5 marchas, o restante vem equipados com sistemas de quatro marchas da década de 80 adaptadas para o uso de hoje em dia.
Não seria um grande retrocesso se eu tivesse descido de algumas delas para o manual, mas eu vim justamente da mais avançada que é a CVT do Sentra (incrivelmente o modelo mais acessível dessa lista), a dúvida é justa: Como é sair do CVT para o manual?
Eu respondo: É uma merda... em partes.
Se o Bravo T-Jet fosse CVT, talvez ele levasse um pouco mais de tempo para chegar aos 100km/h devido ao conversor de torque que “patina” até que o carro esteja no ponto para evitar trancos, mas ele seria absolutamente mais eficiente no dia a dia.
Se no manual, aquele centésimo de segundo em que o ônibus te dá passagem, você vê o sinal aberto lá na frente e tem que decidir e engatar a marcha certa para acelerar e ganhar a velocidade certa para chegar no lugar certo no tempo certo, no CVT toda essa conta se reduziria em simplesmente “acelerar”, apesar dos jornalistas dizerem que o câmbio deixa o carro monótono, isso é apenas a opinião de quem passou algumas horas com ele, depois de um tempo, você “ganha” o câmbio e ele passa e ler os seus pensamentos,  as marchas são infinitas, é como se de repente você estivesse em uma terceira, tirasse o pé por alguns segundos para diminuir velocidade e quando voltasse a acelerar estivesse em uma segunda-e-meia que evoluísse para a mesma terceira sem perder tempo, rotação ou torque, na cidade, não dá para comparar, é covardia, mas eu entendo que o intuito do Bravo T-Jet é oferecer desempenho e qualquer centésimo em uma arrancada conta pontos positivos.
Claro que se você está com um CVT parado ao lado de um Sentra manual (que também tem 6 marchas), e ambos arrancam, o manual leva vantagem por sair fritando e ganhando velocidade enquanto o CVT “patina no giro” e vai acelerando aos poucos sem tranco e sem desconforto, mas se a pista for longa, o tempo que esse manual perder nas trocas será tirado no modo infinito do CVT e em algum ponto da disputa você vai acabar ultrapassando.
Estou há menos de 20 dias com o Bravo e foi só hoje que eu percebi que estou dominando seu câmbio, já mudo de faixa engatando a marcha que proporciona o melhor rendimento na situação, piso, ultrapasso e volto para a marcha ideal para a velocidade, antes, nos primeiros dias, simplesmente acelerava e esperava o carro ganhar velocidade como fazia com o Sentra, hoje já estou readaptado a mudar de marchas.
Mesmo lidando melhor com o câmbio, tenho certeza que na cidade, um hipotético Bravo T-Jet CVT deixaria um Bravo manual comendo poeira em qualquer situação que não fosse uma arrancada partindo do zero, independente do piloto... Na estrada a coisa muda.
O CVT do Sentra era voltado para a economia e funcionava com essa meta, ele só ficava nervoso caso desligasse o Overdrive (era como um OVB, mas no Sentra) mesmo assim, o carro não foi feito para altas velocidades, ele tinha uma potência considerável e um torque acima da média na categoria, mas era programado para ser um sedan médio que funcionasse na excelência, nunca um esportivo.
Com o Overdrive desligado, você pisava e ele arremetia o giro para 4500RPM, mantinha lá por um tempo, (provavelmente o suficiente para você ultrapassar duas cegonhas de 20m) e subia vagarosamente para os 5500RPM (ápice do torque), era lá que o carro alcançava sua plenitude e seu torque de 20,3mkgf, se você chegou nesse ponto, você já ultrapassou tudo que você precisava ultrapassar na estrada e era hora de voltar para os pacatos 100km/h aos 1800RPM.

Mas se você não pisou e fez todo esse show para ultrapassar alguém, o carro ficava girando alto e segurando a velocidade não importa o grau de inclinação da estrada, descia a 190km/h e subia a 190km/h, em hipótese alguma a velocidade passava disso, acredito que a Nissan julgou que o dono do sedan médio não precisava mais que isso na estrada.
A diferença do Bravo T-Jet está aí, o cara do Bravo T-Jet não está apenas preocupado em ultrapassar o caminhão em segurança, ele não vai enfiar o pé apenas quando for ultrapassar um caminhão, para falar a verdade, ele vai enfiar o pé justamente quando não tiver caminhão nenhum para atrapalhar e é aí que o câmbio de seis marchas manual chuta a bunda do CVT, quem é o desgraçado do CVT que vai pegar minha potência e segurar? Eu quero ganhar velocidade enquanto tiver estrada, se eu estiver a 190km/h em sexta e pintar uma subida, eu vou jogar uma quinta para segurar o giro para voltar para a sexta assim que estivermos na reta ou na descida para chegar na maior velocidade possível, a Quatro Rodas chegou a 206km/h de máxima na pista, já peguei 220km/h (no velocímetro) em um curto espaço de estrada, tenho certeza que com espaço, consigo mais que isso e pretendo filmar para comprovar, CVT vai me segurar.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Assuntos adiados

Tenho alguns assuntos pendentes para falar no blog, mas acho que eles merecem mais atenção antes de eu dar o meu veredicto, eu acredito que o que eu falar aqui é o que vai ficar marcado na cabeça do leitor, tendo consciência de que esse carro deve ter um volume pequeno de vendas (o que dificultará o contado do leitor com o mesmo) e as avaliações das revistas foram superficiais, não dá para eu falar uma coisa e depois voltar atrás pois eu nem sei se o cara que leu o a primeira impressão vai ler de novo e eu não quero passar a mensagem errada,
Muitas coisas que eu descobri no carro nunca foram mencionadas em nenhuma avaliação do Bravo, como o ar-condicionado que ativa automaticamente a recirculação ao menor sinal de fumaça ou poluição que pode contaminar o ambiente interno.
Assuntos como consumo, desempenho e o Blue&Me eu vou deixar para fechar mais pra frente, o consumo porque eu ainda não consegui andar na boa como deve-se andar no dia a dia, ainda não passou aquela fase de ligar o OVB e arrancar quando aparece uma oportunidade, desempenho também é delicado porque eu ainda estou me adaptando ao carro e posso dizer que já senti ele dar uma desamarrada nesses primeiros 600kms rodados, essa semana o carro andou mais e gastou menos que na semana passada e eu ainda nem peguei estrada com ele, não dá para cravar uma opinião tão cedo.
Eu já tinha um texto pronto sobre o Blue&Me, mas resolvi adiar a postagem porque resolvi fazer algumas experiências com ele.
Quando comprei meu iphone com 16gb, dei meu ipod com 64gb para a minha mulher e agora estou sentido falta de espaço, não consigo escolher apenas alguns álbuns dos Beatles ou apenas alguns do Led Zeppelin, ou do Pearl Jam, ou do Nirvana ou etc, quero carregar todos comigo para o caso de surgir uma súbita vontade de ouvir determinada música, ou seja, 64gb para carregar músicas era o mínimo, então estou tentando algumas alternativas.
Carregar 4 pendrives de 16gb está fora de cogitação, daria muito trabalho, pedir o ipod de volta seria abrir mão de outros tipos de entretenimento que eu também gosto bastante, então minha ideia inicial seria usar meu HD externo.
Entrada USB - com pendrive, com HD externo e com iphone

Esse HD tem 640Gb e está com uns 400Gb ocupados por jogos de PS3, coloquei 50Gb de música nele e conectei no carro para ver o que rolava, no começo, ele demorou alguns minutos para reconhecer o dispositivo, o ipod e iphone são reconhecidos imediatamente, o pendrive demora mais ou menos 1 minuto, o HD levou uns 5, depois de reconhecido, fui procurar as pastas e a voz feminina do Blue&Me pediu para eu aguardar alguns momentos enquanto ele criava as pastas, foram muitos momentos, tantos que eu resolvi largar ele reconhecendo e voltei uma meia hora depois, guando cheguei, mas pastas estavam reconhecidas, ele separou até mesmo as pastas dos jogos que é claro, não puderam ser executadas.
Funcionou legal, ele reconhece por artista, álbum, gênero ou pasta, depois de criadas as pastas, não precisa mais esperar esse tempo, o problema é o tempo que leva para reconhecer o dispositivo, não quero ligar o carro e esperar 5 minutos para começar a ouvir música, mas não sei se isso se deve ao fato do HD ter 640Gb e estar quase todo ocupado ou se é porque ele demora mesmo para reconhecer qualquer HD externo, se o problema for o primeiro, posso resolver comprando outro HD externo menor e usar apenas para música, se for o segundo, vou ter que me contentar com pendrives ou comprar um ipod Classic logo de uma vez que tem 160GB e eu já sei que a conexão é rápida, essa seria a melhor opção, o problema é que a porcaria custa R$800 enquanto um HD externo com mais capacidade pode ser encontrado por menos de R$200.
Não posso concluir esse assunto porque ainda não encontrei uma solução, não tenho onde descarregar os 400Gb de games para usar o HD só com músicas e por enquanto, vou procurando uma alternativa, volto a postar assim que resolver, se alguém tiver alguma dica eu vou ficar muito grato.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Hill Holder e Overbooster

Esse post foi feito aos poucos desde os primeiros dias com o carro até hoje, o assunto que eu quero tratar nele merece uma avaliação mais detalhada, tanto que sempre que ia postar, descobria que havia aprendido um pouco mais e resolvia adiar a postagem.
A convivência com o CVT me deixou um banana com manuais e o Bravo facilita tanto que você acaba se atrapalhando.
O Bravo T-Jet conta com um sistema chamado hill holder, esse sistema consiste em segurar o carro por alguns segundos enquanto você faz a rampa, é um sistema benéfico para quem está acostumado com um câmbio manual, acho que ele é um meio termo na facilidade encontrada na evolução do manual para o automático, mas para quem está fazendo o caminho inverso como eu, acaba atrapalhando, passei vários anos sem ter que me preocupar com o carro descer em uma rampa, então, logo que peguei o Bravo manual, minha preocupação era deixar o carro naquele ponto que a embreagem segura o carro para você fazer a troca, o “problema” é que com o hill holder, ao tirar o pé da embreagem, o carro não desce e você acha que ele está no ponto, quando você solta a embreagem e acelera vem o tranco ou ele afoga, mas isso dura muito pouco, algumas barbeiragens depois, você já está habituado e o sistema vira motivo de elogios, uma das vantagens dos automáticos está presente nesse modelo manual, acho que esse sistema deveria equipar  todos os carros manuais.
Mas vamos ao que interessa, não troquei meu sedan médio por um hatch apimentado para falar de gadgets e confortos.
Celular e som no volante, ar-condicionado digital dual-temp e etc, isso tudo não ainda não é o melhor do T-Jet

Saí da concessionária com o hodômetro marcando 11kms rodados e o pé embaixo, o giro subiu tão rápido que antes de eu lembrasse que estava em um carro manual, o motor já estava cortando em primeira e pedindo marcha, pisei na embreagem, coloquei segunda e tão rápido quanto da outra vez,  já estava na mesma situação, tirei o pé do acelerador e percebi que aquilo deveria ser feito com mais racionalidade e menos instinto, diminui, joguei o carro para a direita, coloquei uma quarta e segui tranquilo em direção à estrada.
Na saída da marginal em direção à estrada, estava em terceira e não olhei a velocidade, estiquei até gritar sem tirar o olho da rodovia, passei quarta e continuei acelerando, fixei o olhar na estrada, pois estava tenso, bati de leve o olho no painel e vi o velocímetro na posição vertical, continuei pisando até que um carro apareceu na minha frente, tirei o pé do acelerador, fiquei frustrado por não ter “espaço” para desenvolver velocidade, na minha cabeça, não tinha nem chegado aos 140km/h, até que notei que o velocímetro apontado para cima marcava 160km/h ao contrário do Sentra que marcava 100km/h no mesmo ponto, eu devo ter chegado a 180km/h sem perceber e em quarta, ainda tinha duas marchas sobrando e na adrenalina, nem havia lembrado de acionar o overbooster.
OVERBOOSTER
Para quem ainda não leu nenhuma avaliação do Bravo T-Jet feita pelas revistas, o overbooster é um sistema exclusivo do modelo, nem o Linea, nem o Punto equipados com o mesmo motor T-Jet contam com ele, numa versão minimalista, o que overbooster faz é aumentar a pressão do turbo, você não sabe o que o turbo faz? Vou explicar.
Imagine que você está acendendo a churrasqueira no domingo, coloca o carvão, cria uma brasa e alimenta essa brasa abanando com a tampa do tupeware que deveria estar cobrindo o vinagrete.
Você abanando com a tampa de tupeware é o equivalente ao motor aspirado tradicional, agora imagine que ao invés da tampa de tupeware, você usasse um secador de cabelo para soprar a brasa, o secador é a turbina, agora imagine que esse secador tem duas potências, normal e forte, a normal seria o turbo e a forte seria o OVERBOOSTER.
Esse sopro artificial facilita a combustão e é por isso que carros turbinados são mais potentes e conseguem uma disposição linear de torque, a queima é sobrealimentada.
Tecnicamente, o motor 1.4 16v T-Jet funciona com uma pressão de 0,9kg andando naturalmente e 1,3kg com o overbooster acionado.
Você deve estar se perguntando por que o carro não funciona logo com esses 1.3kg ao invés de dispô-los por meio de um botão?
A resposta não é simples, pois são vários fatores, mas eu vou tentar explanar isso aqui.
Com o overbooster ligado, a turbina funciona no limite, isso diminui sua vida útil e aumenta consideravelmente o consumo, você pode estar em um carro com estigma de corredor, mas não vai passar o dia inteiro rasgando por aí.
Só esse motivo citado já seria suficiente, mas a coisa é mais complexa, clicar na tecla OVB, não aumenta apenas a pressão da turbina, a direção fica mais pesada e o carro se comporta de maneira diferente, com o giro sempre alto e sempre pedindo mais marcha, (é como se você tentasse ir para o trabalho usando apenas a primeira e a segunda)
Para uma arrancada, ultrapassagem ou mesmo para uma volta em uma pista, ele funciona com maestria, mas para o dia a dia é insuportável.
Achei excelente a sacada da Fiat em criar essa personalidade irritada do Bravo que pode ser desligada por um botão, dessa maneira, você fica com um carro potente e divertido, porém, civilizado para o dia a dia e outro carro totalmente ignorante e sedento que pode ser ligado e desligado quando te dá vontade, o primeiro seria suficiente, mas não aproveitaria todo o potencial do carro, o segundo é instigante, mas seria cansativo e exagerado naquele momento em que você só quer se locomover normalmente.
Ainda estou em fase de experimentação, estou vendo qual é a hora ideal para trocar de marcha e qual é a rotação em que cada marcha rende para poder arrancar e acelerar usando todo o potencial do carro, por enquanto não fiz nada de espetacular, nesse vídeo, eu atinjo 200km/h com certa facilidade e em quarta marcha, o que eu não percebi enquanto estava acelerando é que eu deveria passar a quinta antes dos 190km/h, mas eu estiquei para ver até onde a quarta ia.
Quando coloquei quinta e comecei a ganhar mais velocidade, faltou estrada.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Deslizes

No sexto dia, a paixão já baixou e a racionalidade começa a funcionar, é hora de procurar os defeitos, afinal, o carro custa quase R$70.000, você merece e deve reclamar de tudo que falta.
O problema é que o Sentra era um carro de excelência mecânica, mas pecava nos detalhes, não tinha iluminação nas teclas, não tinha ar-condicionado com regulagem digital, saída de ar traseira, o computador de bordo era limitado e conexão com gadgets se limitava a um cabo P2, nisso ele toma uma surra do Bravo, então vou comparar com o Stilo e o Brava que eu tive que eram profissionais em mimar seu dono.
O painel do Bravo é bonito e bem esportivo, mas se restringe ao motorista, se o passageiro quiser saber a hora, vai ter que perguntar para você, aliás, o passageiro não sabe absolutamente nada do que está acontecendo, o painel isola as informações para o motorista, isso pode ser uma vantagem ou não, quem estiver saindo de um C4 onde é tudo escancarado vai estranhar, eu andei vendo umas fotos antigas e ainda acho o painel do meu antigo Stilo mais bonito, menos esportivo, porém, mais bonito.
Meu Brava tinha retrovisor fotocromático (escurece na medida certa com a incidência da luz), aliás, foi o único carro que eu tive que tinha esse item e eu sinto falta desde então, acho que o Bravo custando o que custa e sendo o modelo top de linha da Fiat, deveria ter esse item, mas é opcional junto com acendimento automático dos faróis e limpadores de para-brisas com sensores de chuva (itens presentes na Montana que eu dispensaria)
Parece que ele tem luzes de cortesia nas portas (o Stilo tinha), o Bravo tem um recorte com um plástico vermelho na quina de cada porta indicando que tem, mas eu nunca as vi acenderem, não sei se é um problema do meu, se eu ainda não aprendi a acionar ou se é uma economia boba.
Tem o espacinho das luzes ali, mas elas deveriam acender, são reflexivas ou são apenas enfeites?

Espaço traseiro também é limitado, perto do Sentra ele é ridículo, por usar a plataforma do Stilo, esperava mais, dedicaram o espaço que deveria ser para os passageiros traseiros para o porta-malas, pois esse é generoso, sua capacidade de 400lts se aproxima dos sedans (ultrapassa no caso do Civic), apesar de que o caimento do vidro traseiro atrapalhe se você for carregar algo mais alto que lhe obrigue a retirar o tampão, isso não vai ser problema nem vai ter muita serventia no meu caso, pois viajo apenas com minha esposa e costumo carregar as coisas no banco de trás mesmo, mas também não vou ter problemas com o espaço traseiro porque raramente alguém anda no banco de trás do meu carro, especialmente alguém alto (com exceção do meu amigo Manu que tem uns 2 metros e vai se contorcer)
O porta-copos é um caso a parte, o Sentra tinha um porta-copos duplo com tamanho ajustável, cabia e segurava desde uma latinha de Red Bull até um copo de 700ml (certamente pensado para o mercado norte-americano), o do Bravo é duplo também e vem com um copinho removível com tampa que se chamaria cinzeiro se fumar não tivesse virado praticamente um crime que eliminou até os acendedores de cigarro (meu Brava tinha e eu fumava na época), o problema é que não cabe uma lata de tamanho normal (355ml) nesses porta-copos, cabe uma longneck ou uma garrafinha de Gatorate, achei um vacilo incrível, ele tem outro porta-latas refrigerado no apoio de braço dianteiro, mas você não vai ficar abrindo toda hora para pegar a lata.
Acima o porta-copos que não cabe uma lata e abaixo o compartimento refrigerado, cabem duas latas nesse compartimento

Vocês devem estar pensando que eu só falei de problemas estúpidos para parecer que o carro é perfeito, isso é quase verdade, nada disso me incomoda muito, mas tem uma reclamação que foi recorrente nas revistas e sites e eu percebi também que é a falta de força quando o turbo não está em ação.
Você liga o carro e ele fica em 900RPM, o Bravo tem um motor 1.4 16v Turbo, mas nesse intervalo entre os 900RPM do carro ligado e os 2000RPM do acionamento da turbina, ele se comporta como um carro 1.4 16v que no caso da Fiat, tem 100cv.
É um pouco agoniante nessa hora, você imagina que pagou mais de R$60.000 em um carro de 100cv, e quem em sã consciência faria isso?
O bom é que isso dura pouco, mas é uma coisa que você sente o tempo todo em lombadas e valetas, para não sentir isso e andar sempre “nervoso” você precisa colocar primeira nessas ocasiões, mas em segunda ele vai, só precisa esperar um pouco, é o giro chegar aos 2000RPM que a brincadeira começa.
Nessa hora, você percebe que está em um carro com potência “artificial”, um carro 2.0 16v com comando de válvulas variável e potência semelhante não passa por isso, mas também não tem a mesma disposição depois dos 2000RPM, é engraçado como o carro turbinado rende mais que os carros de mesma potência, o Gol 1.0 16v Turbo, tinha modestos 112cv, mas acelerava e retomava melhor que qualquer carro de 112cv da época e provavelmente de hoje em dia.
O mesmo acontece com o Bravo, eu dirigi C4, Focus e i30 que têm potência de 151cv, 148cv e 145cv respectivamente, mas não tive a oportunidade de medir o tempo de nenhum deles, porém a sensação de força (que eu considero a maneira que você gruda no banco) e testemunhar o velocímetro subir é mais do que suficiente para cravar isso, nenhum dos 3 conseguiria acompanha-lo.
Esses foram alguns dos pecados que eu pude testemunhar em relação ao Bravo T-Jet até aqui, talvez me acostume com alguns, talvez resolva outros e talvez descubra mais, de qualquer maneira, vou tentar colocar o máximo aqui no blog

domingo, 4 de dezembro de 2011

Tecnologia

Acordei na terça feira com o telefone tocando, olhei para os lados, estava em casa (afinal, é terça feira) e seria o Bravo um sonho? Não, eu dormi com a chave embaixo do travesseiro e estava com um dedo insensível por falta de circulação, dane-se, o Bravo é real, hora de mexer no Blue & Me, uma das coisas que eu abri mão na Fiat foi a vistoria técnica que consistia receber todas as orientações possíveis sobre as dezenas de sistemas eletrônicos que o carro dispõe.
Mas isso facilitaria demais as coisas e roubaria as liguiças que eu tenho que encher para o leitor do blog
Quando pequei a Montana, a coisa que eu mais gostei (e só aprendi depois de 10 dias) foi sincronizar o ipod touch com bluetooth e tocar as músicas sem a necessidade de um cabo auxiliar, pensei que o Blue & Me faria o mesmo trabalho.
Clique na foto para ampliar

Consegui sincronizar o iphone com facilidade, copiei toda minha agenda para o carro e agora quando recebo uma ligação, vejo o nome da pessoa na tela do computador de bordo e atendo apertando um botão no volante, o mesmo acontece quando quero fazer uma ligação, basta apertar um botão e selecionar entre os nomes na agenda, os preferidos ou os últimos ligados.
Achei muito legal e útil, mas preferia que eu conseguisse sincronizar o ipod e escolhesse as músicas sem a necessidade de um cabo, aparentemente, isso é impossível, preciso ligar o cabo na entrada USB e assim, o ipod fica visível na tela do computador de bordo, é maneiro, mas o som da Montana fazia isso sem o cabo, sincronizava o ipod ou celular pelo bluetooth, as  vantagens no caso do Blue & Me é que ele carrega o dispositivo pelo cabo conectado, o mesmo pode ser controlado pelo teclado do volante, e tanto ou celular quanto o ipod podem ser conectados ao mesmo tempo, quando alguém liga, ele pausa a música e liga o telefone pelo sistema de som.

Ele tem o sistema de ler mensagens, mas eu ainda não consegui fazer funcionar, isso vai ficar para os próximos capítulos, estou ansioso porque a “moça” que fala com a gente no carro tem um sotaque de robô, quando você aperta o botão do Windows (tem um ícone com a logo), ela começa a falar e pede uma função, qualquer coisa que você faz teclando é possível com comando de voz, eu apertei, ela pediu a informação, eu disse: Media Player – Artistas – Them Crooked Vultures (que convenhamos, não é um nome fácil de ser pronunciado e compreendido) e ele foi certinho, achei legal, mas jamais teria coragem de fazer isso na frente de alguém, é muito mala e o tempo que você leva para chegar lá é maior do que quando você decora o caminho teclando no botão, chego em uma música específica no meu ipod pelos botões com mais rapidez do que com o viva-voz ou pelo próprio aparelho, adorei o sistema e recomendo para quem for comprar um Fiat que não tem ele como item de série.
Mas a eletrônica do carro não se limita a isso, ainda estou aprendendo, mas o básico é o marcador de consumo médio (que pode ser por km/l ou por litros a cada 100kms), consumo instantâneo (que funciona como um econômetro), autonomia, tempo percorrido, distância percorrida, velocidade média e pressão do turbo, além disso, ele tem um outro medidor que marca as mesmas coisas, o principal chama-se “trip A” e o secundária chama-se “trip B” isso pode ser útil em uma viagem em que você pode usar o trip A para marcar os dados de um determinado trecho enquanto o B vai marcando da viagem inteira, eles podem ser zerados independentemente e o trip B pode ser desativado pelo menu.
Outra coisa que o computador de bordo dispõe são dezenas de idiomas (inclusive da moça que fala com você), intensidade da iluminação, funções como calendário, ordem em que os medidores são dispostos, sistemas de medidas e etc, ainda não me aprofundei nisso porque acredito que a partir do momento em que você escolhe suas preferências, você não volta lá para mudar mais nada e ainda não quero dispensar esse menu, por isso vou fazendo as coisas aos poucos.

Eu sei que vocês estão ansiosos para saber mais sobre o desempenho, mas eu quero deixar isso um pouco mais pra frente porque além de não estar 100% familiarizado com o câmbio (torque máximo, limite de corte e etc), ainda estou dando uma amaciada nele, esse consumo médio de 6km/l que apareceu no computador de bordo é consequência disso.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Bravo T-Jet - A entrega

Prometi que falaria a respeito do Bravo T-Jet aqui no blog assim que o pegasse, a ideia inicial era fazer isso no primeiro dia, mas resolvi dar mais tempo para que as emoções se estabilizassem, quando peguei a Montana, tinha um tempo determinado para entrega-la, não receberia nada para avalia-la e não tinha nenhum vínculo emocional com o carro.
Com o Bravo é diferente, eu sou fã do modelo desde que ele foi lançado na Europa, nem o tempo que ele levou para chegar, nem os modelos que chegaram antes dele mudaram isso.
Sou ex-proprietário de um Brava HGT e sinto falta de um carro de design tipicamente italiano e comportamento nervoso no Brasil desde que o vendi, o Stilo que eu tive depois dele me abriu as portas para o conforto e a tecnologia, mas faltava o tempero presente no Brava e no Bravo.
Brava HGT

Comprei meu Bravo T-Jet vermelho modena e recebi a triste notícia de que ele poderia levar até 90 dias para chegar, 90 dias é tempo demais para qualquer espera.
A ansiedade me matava, qualquer tempo livre fazia minha mente imaginar o carro que eu amava e nunca tinha visto ao vivo, nem mesmo o barulho do motor eu conseguia reproduzir em meus pensamentos porque jamais havia tido contato com o carro, tudo que me levava a querê-lo eram as avaliações feitas pelas revistas e a certeza de que ele era uma evolução do meu Brava HGT.
Ele enfim chegou numa sexta-feira, 10 dias após a encomenda, fui ansioso para a concessionária, vi o graal na vitrine, olhei, apalpei, tirei fotos e ouvi que ele precisaria passar por uma vistoria técnica que levaria dois dias...
Eu sinceramente não entendi o que diabos era aquilo, se o carro precisava de uma vistoria, porque ele estava na vitrine junto com um 500 vermelho, um Palio vermelho, um Uno vermelho, um Punto vermelho e um Siena vermelho e não na oficina onde esse tipo de trabalho deveria ser feito?
Meu Bravo vermelho fazendo companhia para outros modelos vermelhos na decoração de natal da concessionária

Voltei infeliz para minha casa com as fotos do meu carro para sonhar durante a noite, postei na internet para meus amigos de fórum e as olhei durante o interminável fim de semana.
Na segunda, acordei cedo e fui ver o carro, ele estava ali, no mesmíssimo lugar, falei para o vendedor:  “pronto, chegou a hora, me entregue a chave” e ele disse que o carro ainda precisaria de um blablabla que eu não fiz mais questão de ouvir, disse que se não pegasse meu carro naquela hora, iria desistir do mesmo, ele disse que eu não poderia fazer isso, eu virei as costas e disse “me observe não fazendo então”, mimado, antipático e arrogante sim, mas no meu direito, ficou claro que o carro ficou ali para enfeitar a vitrine, não gosto de ser enganado, principalmente quando estou gastando esse montante de dinheiro.
Foi aí que as coisas se estabilizaram, ele disse que o carro precisava ser revisto e eu disse que ele só queria meu carro na vitrine, ele disse que não era assim e que o carro passou o tempo todo trancado, nesse momento tinha um cara dentro do carro mexendo em tudo e a coisa ficou ainda mais constrangedora, um amigo meu inclusive, foi na Fiat no sábado e disse que viu e entrou no carro.
A ameaça da desistência de um carro que não vende nada e o esculacho foram suficientes para que me garantissem a entrega na segunda-feira
Depois de alguma discussão, enfim, consegui tirar o carro da concessionária
Poucas coisas são tão gratificantes como sair com um carro novo de uma concessionária, principalmente se esse carro é fruto de muito trabalho e esforço, nem as tossidas e os solavancos de quem perdeu a prática de dirigir carros manuais estragou o momento.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Vida Bandit

Eu deveria estar em casa agora, minha mulher está brava comigo e já demonstrou isso dizendo “nada” pelo telefone quando eu perguntei porque ela está falando naquele tom, quem é casado sabe o que “nada” significa, portanto, aproveitem o post, pode ser o último.
Mas para vocês entenderem como cheguei nesse ponto, vamos voltar um pouco no tempo, mais precisamente a essa manhã, veja só como o mundo dá voltas e a gente se pega em uma tremenda ironia, eu que havia reclamado que s revistas só carregam motos em seus testes e que é ridículo insistir em carregar um objeto que anda sozinho vou descrever exatamente isso nesse post.
Levamos essa beleza para passear na caçamba da Montana

Meu amigo tem uma Suzuki Bandit 1250cc que precisava fazer uma revisão, existe uma concessionária da marca na cidade, mas ele prefere fazer em Penápolis (180kms daqui), no começo não entendi pra que ir tão longe para fazer uma revisão que precisa ser feita a cada 3000kms rodados, chegando na loja, conferindo a infra-estrutura, o conhecimento (recebemos do proprietário da loja, uma verdadeira aula sobre motos) e principalmente o excelente atendimento dado pelo dono e seus funcionários, tudo fez perfeito sentido.
Marcos Moto em Penápolis - Simpatia e eficiência, faço questão de divulgar a loja no meu blog

Não carreguei a moto apenas para fazer um favor para o meu amigo, depois do teste da piscina, recebi muitas críticas por ter feito uma avaliação de carga com um peso líquido e que o balanço do mesmo poderia fazer a necessidade de força oscilar (é por isso que caminhões que carregam líquidos levam tanques cheios até a boca), então, antes de devolver a picape, resolvi fazer mais um teste de carga, dessa vez com aproximadamente 250kg e na estrada.
Montana x Bandit - Uma tem motor 1.4 a outra tem motor 1.25

Com a Bandit na caçamba a tampa não fechava, a moto tem 2,20 mts, a caçamba tem 2 mts e não cabe nem na diagonal, resolvemos ir assim mesmo, a Montana tem a placa na tampa da caçamba e essa não pode ser removida, o que estávamos prestes a fazer é ilegal (mais pra frente descobri que havia esquecido minha habilitação em casa e nenhuma dessas nem foi a maior das nossas infrações) as molas cederam pouco, mas a traseira ficou visivelmente mais baixa.
A moto não coube inteira na caçamba, fomos com a tampa aberta
Abaixou um pouco, mas nada comparado ao dia  da piscina

Os ganchos na caçamba foram essenciais para a boa fixação dos estirantes

Logo na saída deu para perceber que era necessário um pouco mais de carga no acelerador para o carro se movimentar, ou seja, o carro sentiu nitidamente o peso extra, a disposição que o motor 1.4 apresenta com o carro vazio não é a mesma, nessa hora ela não parece ter os 105cv declarados e visíveis sem carga, isso se deve porque apesar dos bons (e acima da média) 105cv que o motor 1.4 oferece, o torque é pequeno (13,3mkgf), ficando pouca coisa acima dos 1.4 da concorrência.
Na estrada isso se tornou ainda mais perceptível, primeiro pelo consumo que não passou de 7,3km/l com álcool e nas subidas a coisa ficava ainda mais feia, o acelerador precisava ser apertado até o fundo, o ar-condicionado desligava sozinho e mesmo assim o carro não ganhava velocidade, no máximo mantinha-se a 100km/h, todos os carros 1.0 que eu ultrapassei sem dó nos últimos 13 anos podem se sentir vingados, vários me deixaram para trás nessa viagem, nesse momento passei a fazer uma disputa particular com um treminhão que carregava containers, hora eu ultrapassava, hora ele me ultrapassava, ficamos nessa por uns bons quilômetros até que uma voz na minha cabeça me disse “Fernando is faster than you (Fernando? Deixa pra lá), nessa hora, fui obrigado a deixá-lo seguir na minha frente.
Chegamos em Penápolis, descarregamos a moto e fomos almoçar, passamos por um restaurante simpático com cara de que servia comida caseira e resolvemos parar, estacionei bem na frente e nem me passou pela cabeça que era uma rua com Zona Azul (para ser sincero, eu não sabia nem que estávamos no centro da cidade).
Comemos a deliciosa comida enquanto assistíamos o Datena e o Neto disputando quem dizia mais besteiras ao vivo na televisão.
Terminado o almoço, vimos um pequeno barril de pinga ao lado do caixa, pegamos um pequeno copo de café e o enchemos com o aparentemente inofensivo líquido dourado, o cheiro da pinga era suave e gostoso, por isso, não pensei duas vezes em tomá-la numa golada só, a verdade é que de inofensivo, aquilo não tinha nada, o concentrado alcoólico desceu incandescente pelo meu esôfago caindo como uma chuva ácida no meu estômago, claro que era meu dever avisar meu amigo do perigo que ele corria e é claro que eu não fiz isso (muahaha), ainda abalado com o potente líquido corrosivo, percebi porque eles deixam um barril de pinga na saída do restaurante, acredito que aquela pequena quantidade de álcool concentrada conseguiu liquefazer tudo que eu havia comido e de quebra, me instigou a tomar mais alguma coisinha.
Decidimos ir tomar um chopp enquanto esperávamos pelo fim da revisão, saindo do restaurante, encontrei um papel em meu pára-brisa, pensei que fosse uma multa, mas era um recadinho escrito “favor acertar a zona azul, obrigado” e um nome que a gente não conseguiu identificar, por isso vou scanear o recado para vocês me ajudarem.
Não pagamos a Zona Azul e recebemos esse recado da Clarice, Elario, Clario, ou seja lá quem for.

“Acertamos” a Zona Azul e fomos atrás de um chopp, nos indicaram um shopping, lá não encontramos nenhum bar no piso inferior, subimos as escadas para procurar um bar no piso superior e encontramos um almoxarifado, a verdade é que aquilo era uma galeria e tinha apenas um piso.

Depois do simpático recado do nosso amigo(a), fizemos questão de "acertar" a Zona Azul

Procuramos então por um bar e encontramos um dois quarteirões à frente, o calor tanto que o líquido ingerido não chegava ao estômago, ele era imediatamente expelido pelos poros em forma de suor, isso não nos impediu de ficarmos lá das 14 às 18 horas (o papo estava bom e teríamos ficado mais se não tivéssemos que voltar)
Pegamos a moto e nos perdemos um pouco procurando um lugar que vendesse um isopor, umas latas e gelo, fui chamado de “tio” por uma recém aprovada no vestibular que estava toda pintada e pedindo dinheiro no semáforo, vou fazer a barba quando chegar em casa.
Trollando na estrada, quase entramos na estrada de terra, mas pelo bem da moto, desistimos.

Reparem na luz na caçamba, é muito útil para mexer na carga em locais escuros.
Na volta lembrava que teria que ir para São Paulo no dia seguinte e entregar o carro, a cada lata ingerida eu tentava convencer meu amigo que seria uma boa ideia ele comprar uma passagem de avião de São Paulo para Presidente Prudente para ele aproveitar seu último dia de férias e ir comigo, papo vai, papo vem e ele decidiu conferir quantas milhas ele tinha acumuladas para trocar pela passagem, e é enquanto ele faz isso que eu espero aqui na casa dele com minha esposa furiosa lá em casa, sei que se ele não comprar a passagem hoje, amanhã quando acordar de ressaca ele não vai entrar nessa roubada comigo nem a pau, por isso, enquanto minha esposa confere o peso do rolo de macarrão, eu aguardo e escrevo esse post.

Continua... (ou não)


domingo, 16 de janeiro de 2011

Piscina móvel

Ontem resolvi finalmente fazer o teste de carga com a Montana, depois de analisar várias sugestões engraçadas, algumas práticas e outras perturbadoras, tive que colocar na balança para escolher uma que fosse inusitada e ao mesmo tempo possível.
O problema é que enquanto eu planejava uma maneira de realizar a ideia escolhida, várias pessoas deram essa mesma sugestão no Orkut, aparentemente, encher uma caçamba de água não é tão inusitado quanto parece, mas eu resolvi fazer mesmo assim, a ideia inicial era encher a caçamba com 500 litros de água que seria equivalente a 500kg, mas nem tudo saiu como o planejado.

O combinado seria fazer na casa de um amigo que tem uma piscina inflável nova que vedaria a caçamba para enchê-la, ligamos insistentemente para esse amigo e ele não atendia, deixar para outro dia não era uma opção já que eu combinei tudo no dia anterior e depois de combinado, prometi para vocês que colocaria no blog.
Por sorte achei uma piscina velha aqui em casa que eu nem lembrava que existia, peguei a piscina e fui para casa de outro amigo (Benito), chegando lá, ele estava tomando cerveja com um amigo nosso (Raul), era um dia ensolarado na beira da piscina e como ninguém é de ferro, resolvi tomar umas também (o que só atrapalhou meu julgamento e raciocínio da situação).
Antes de começarmos, aproveitamos a tampa da caçamba como trampolim
Forramos a caçamba com uma piscina velha para segurar a água


Benito tem um Fiat Punto e logo de cara disse que achou a Montana muito bonita, falou que gostou principalmente da frente grande que dá a ela uma cara de caminhão, Raul tinha uma S10 e adquiriu recentemente uma Strada Adventure Locker cabine estendida, ele entrou no carro e logo disparou que não serviria para ele pois o banco não recua o necessário para ele se sentir confortável.
 Pegamos duas latas de tinta vazias e começamos a encher com água para despejar na caçamba, levando em consideração que uma lata de tinta tem 20 litros, bastariam 25 latas para chegarmos aos 500 litros, foi aí que dois problemas surgiram, a lona velha estava furada, começou a vazar aos poucos e o Raul disse que a lata de tinta tinha 18 litros e não 20, discutimos um pouco e resolvemos colocar 35 latas de água (sem nenhuma conta ou justificativa), isso daria 630 litros, levando em consideração o tanto que estava vazando e o tanto de latas de cerveja que havíamos tomado, não conseguimos encontrar uma desculpa plausível para explicar aqui no texto porque fixamos o número de 35 latas de água.
Latas de tinta, tem 20 ou 18 litros? Resolvemos colocar 35 delas.
A conta já tinha ido para o espaço, lembrava que a caçamba da Montana tem um pouco mais de 1000 litros de capacidade, se 35 latas de água não chegassem na metade da caçamba, colocaria mais água até chegar lá, nessa hora, enchíamos as latas, mas não conseguíamos ver qual era a utilidade disso, de qualquer maneira, já tínhamos ido tão longe e resolvemos continuar seguindo o plano inicial.
Quando chegamos na última lata e exatamente a metade da caçamba (incrível), o amigo que deveria ter atendido o telefone horas atrás resolveu ligar e pediu para que esperássemos por ele antes de iniciar o teste, enquanto esperávamos, a água continuava pingando e o Raul resolveu colocar a mangueira ligada na caçamba para não baixar a água.
Esperamos por mais de uma hora e nosso amigo não apareceu, resolvemos seguir em frente e quando olhamos a caçamba, ela já estava com mais de 70% de capacidade cheia de água (isso até que foi bom, porque os gênios não consideraram que a água poderia cair com o sacolejo do carro)
Enquanto esperávamos, não percebemos que passamos da quantidade de água desejada

Resolvi tirar umas fotos para mostrar o quanto a suspensão abaixou com o peso e ao tirar uma foto de trás vi que o carro estava bem torto para a direita, os pneus também estavam bem murchos e isso gerou uma discussão entre eu e o Raul, eu afirmava que para carregar carga, os pneus devem estar com menos libras do que quando roda vazia, Raul disse o contrário e fez questão de esfregar o manual da Strada dele na minha cara, em determinadas situações, indicam até 41 libras para os pneus traseiros, vivendo e aprendendo.
Com os caras dentro, ultrapassamos a quantidade de carga desejada
A suspensão baixou bastante, os pneus deveriam ter sido calibrados com 40lbs
O carro ficou torto, felizmente voltou ao normal depois.
Como se os 70% da caçamba não fossem suficientes, meus ébrios amigos decidiram que iriam junto na minha avaliação, com eles dentro a Montana já estava levando mais do que sua capacidade de carga na caçamba e deu para sentir a dificuldade que o motor estava tendo para puxar o carro, felizmente uma grande quantidade de água caiu antes mesmo de sairmos da garagem.

Muita água caiu antes de sairmos, no fim da primeira subida, já estava pela metade
Por se tratar de uma ideia imbecil, ilegal e de que meus passageiros molhados serem dois doutores veterinários conhecidos na cidade, resolvi fazer um percurso sem muito trânsito e movimento, mas com bastante ladeiras e valetas, pensando em preservar a imagem dos meus amigos, evitei passar por locais com muita gente, apenas vou colocar o vídeo no Youtube (muuuaahaha – risada maléfica)
O carro sofreu muito para rodar carregado, o motor 1.4 (que parece ser de cilindrada maior  com o carro vazio) penou bastante nas subidas, em alguns casos, nem pude engatar segunda (e olha que o câmbio é bem curto), em subidas íngremes, precisei queimar um pouco de embreagem para o carro embalar, segundo o computador de bordo zerado antes de sair da garagem, o consumo foi de 3,3km/l (Amy Winehouse no reveillon)
A suspensão baixou bastante, principalmente com os dois cidadãos boiando na caçamba, mas baixou menos do que eu esperava, estou acompanhando o teste dos 100 dias da revista Carro e a Hoggar com menos peso baixou muito mais.
Montana vazia acima e com 70% da caçamba cheia de água abaixo
No fim das contas cheguei a conclusão de que a Montana pode até suportar os 730kg declarados pela fábrica, mas não vai muito longe com eles e nem chega a qualquer lugar, ela é mesmo uma picapinha para você levar uma geladeira, um guarda-roupas, uma moto ou qualquer outra coisa que exija espaço (porque isso ela tem, a caçamba é grande e profunda) mas não pese um absurdo.  

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A batalha do século

Hoje acordei com uma energia incrível, foi um daqueles dias que você acorda com a sensação de que pode mudar o mundo (imagine mentalmente a música tema de Rocky, o lutador: PAM! pampampam, pampampam, pampampaaaaaaaaaam), levantei às 7 e tomei um banho gelado, (PAM!) pedalei na bicicleta ergométrica e sobrevivi à poeira acumulada nela (pampampam), tomei outro banho gelado (não tinha planejado pedalar nem me cobrir de poeira antes do primeiro banho) e bebi um café preto sem açúcar (pampampam), me senti preparado para encarar de frente meu maior adversário, o maldito relógio da Montana (pampampaaaaaaaaaam)
Começou o primeiro round, adentrei o carro estudando seus movimentos (ele estava irritantemente parado), ataquei pela direita, mantive os botões pressionados enquanto encarava o inimigo nos olhos (no caso, na tela) esperando ele piscar, mas ele não piscou.
Segundo round, mudei de estratégia, ataquei pela esquerda pressionando o inimigo por mais tempo do que o necessário, nada, um simples piscar seria suficiente, mas ele mantinha-se cinicamente estático.
Terceiro round, resolvi seguir a estratégia do primeiro round, mas com a ignição ligada contrariando o manual, novamente, eu falhei.
Não me dei por vencido, peguei o carro e fui à concessionária, chegando lá, me encaminharam para a oficina, parei na vaga de veículos não agendados (não achei que me levariam a sério se eu agendasse o acerto de um relógio) e procurei pelo rapaz que me indicaram na entrada, era um garoto bem novo, provavelmente o estagiário que pega os serviços mais estúpidos como o que eu lhe propunha.
Ele entrou no carro tentou algumas vezes do mesmo jeito que eu estava tentando (provavelmente esse deve ser o modo intuitivo, não sei por que não fizeram desse jeito), quando eu vi a cena, percebi que seria outra surra, não deu outra, nocaute.
Ele chamou outro funcionário que entrou no carro, fez exatamente tudo que eu e o outro desafiante tentamos em vão e beijou a lona como já era esperado, assistindo o massacre eu já não me sentia tão idiota e já estava considerando a ideia de subtrair 4 horas e 13 minutos sempre que olhasse no relógio.
Eis que surge a última esperança, chamar o Tonhão, pense comigo, você está em uma oficina e o cara que vão chamar chama-se Tonhão, o que você imagina?
Eu também pensei que chegaria um guarda-roupas com uma marreta na mão que acertaria o relógio na base da pancada, mas chegou uma carinha mirrado que encarou o relógio de frente e com rápidos movimentos liquidou o temido inimigo sem derrubar uma gota de suor sequer, ele fez parecer tão fácil que eu voltei a me sentir um idiota, só que dessa vez eu não estava sozinho.
Depois de muito suor e sangue, Tonhão o lutador nocauteou o adversário

Mudando de assunto, recebi via email, Orkut e aqui mesmo pelo blog, várias sugestões de coisas pesadas que eu posso carregar na Montana, sinceramente, tem algumas sugestões que me deixaram relativamente preocupado com o tipo de maluco que lê essa parada, mas foram as mais malucas que eu escolhi, vou tentar uma delas amanhã, se não der certo, tento outra, e vou tentando até conseguir.
Provavelmente não vou atualizar o blog nesse sábado para contar a proeza, mas domingo eu posto os resultados.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Bate e assopra

Me falaram que eu peguei pesado demais no post de ontem, eles têm um fundo de razão, não posso fazer isso com quem me trata tão bem, a Montamy (depois da história da Amy, é assim que meus amigos estão chamando ela) me enche de mimos, ela liga o farol sozinha quando escurece, me avisa com um alerta sonoro se eu esqueço a chave no contato, pareia sozinha com meu telefone, sobe o vidro com apenas um toque, trava as portas quando começa a andar, sobe o vidros quando aciono o alarme, abaixa um pouco os vidros quando abre a porta para não precisar fazer força para fechar, clareia a caçamba e o porta-luvas no escuro, me mostra quantos quilômetros eu faço com um litro, quantos quilômetros faltam para acabar o combustível, quantos litros eu gastei, qual é a temperatura externa e muito mais, só não me mostra que horas são... Por enquanto, porque amanhã eu pretendo levá-la em uma  concessionária e resolver isso de uma vez por todas, inclusive, se me perguntarem porque ela é adesivada, vou dizer que sou da imprensa e estou avaliando o carro e as concessionárias, quero ver os caras suando a camisa.
A Montana que eu estou usando é toda adesivada com o endereço do twitter

A Montamy faz de tudo para agradar, tem dezenas de porta-trecos dentro dela, se você jogar uma bolinha de ping-pong, certamente cairá dentro de um, isso até me deu uma ideia para um jogo que seria muito divertido para quem abusa de substâncias entorpecentes ou simplesmente não tem um Playstation.
Outra coisa legal é o capricho que eles tiveram com o painel, quando você liga, os ponteiros surgem do nada, atravessam o painel e voltam à posição normal, e você, leitor leigo, sabe qual é a utilidade disso? Nenhuma, ri-go-ro-sa-men-te nenhuma, mas é bem legal e é justamente fazendo uma coisa legal, mas sem utilidade que você vê a intenção, é como presentear alguém com rosas, o presente é inútil, você nunca dá rosas e ouve "era justamente disso que eu estava precisando, como você adivinhou?", mas o gesto conta pontos.

Assim como o show da Amy Winehouse, meu tempo com a Montamy é curto, tem muitas coisas que eu quero fazer com ela e ainda não consegui, quero colocá-la na lama (falta lama) e encher a caçamba de peso (falta peso), para conseguir a lama, só preciso que chova, o tempo está fechado, mas não chove (quando eu estou na praia, nunca passo por esse problema), já o lance do peso é outra história, quero carregar a pick-up com algo inusitado, sou crítico ferrenho das revistas que desde o lançamento da pick-up derivada do Fiat 147 carregam motos na caçamba, 30 anos depois do lançamento da primeira pick-up nacional e eles continuam insistindo em carregar uma coisa que anda sozinha e nem é tão pesada assim, o limite de carga delas passam dos 700kg e os caras carregam uma Biz. O que eu vou carregar? Estou aceitando sugestões.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amy Winevader

O que define o bonito e o feio hoje em dia?
Na internet, a Montana é unanimamente (não sei se ela palavra existe, mas achei style) feia, desde o lançamento vejo a chamarem de “Monstrana” nos fóruns, eu acabei indo na onda e também considerava a Montana um carro feio, não sei se porque a antecessora era a mais bela entre as pick-ups e transformá-la dessa maneira foi quase um sacrilégio ou se é por causa das formas desproporcionais da grade dianteira e dos faróis, as revistas ficaram em cima do muro e se limitaram a dizer que a frente caiu melhor nela do que no Agile (você decide se isso é um elogio ou não).
Pra mim, resolveram cruzar o Darth Vader com a Amy Winehouse e surgiu a Montana.
Amy Winehouse + Darth Vader = Montana (poderíamos adicionar o Shrek nessa verde)

O que me surpreendeu foi descobrir que as pessoas normais (que não sejam internéticos viciados em carros) não compartilham desse pensamento, alguns amigos que jamais compraram uma revista automotiva e nem sabem que existem fóruns onde falam sobre o assunto acharam o carro bonito e inclusive, falaram para eu comentar sobre o design dela no blog, em um posto de gasolina, deixei o carro abastecendo e fui pagar a conta no caixa, enquanto digitava a senha, outro cara apareceu para pagar e comentou com o caixa “carro bonito da p#%@”
Agora fiquei na dúvida, eu achava que fazia parte de uma maioria, pois era raríssimo ver uma opinião contrária a nossa nos fóruns, mas os números das vendas do Agile mostram que o grande público não concorda com a gente, na soma das vendas de janeiro até agora, ele é o compacto premium mais vendido do país, à frente dos belos C3 e Punto, a dúvida continua, mas a certeza é que eu preciso deixar o computador de lado um pouco e conversar mais com gente de carne e osso.
É de conhecimento público que o álcool embeleza qualquer pessoa a sua frente, já gastei mais com álcool pagando bebidas para ficar mais formoso perante o sexo oposto do que muita mulher gastou com produtos de beleza, eu não topei a Montana cheio de álcool, isso é crime,  mas pelo que ela tem bebido nos últimos dias, eu devo ser praticamente o Brad Pitt a conduzindo por aí, desde segunda feira quando abasteci o carro e zerei o computador de bordo, com o ar-condicionado ligado, ela tem bebido um litro de álcool para cada 4,5 kms rodados (mais uma semelhança com a Amy), o relógio eu ainda não acertei, mas ela provavelmente deve ter um calendário, e este, deve estar achando que é Carnaval.

PS: Se você não entende bulhufas de carro, mas gostou do texto, conheça meu outro blog
http://provisorioprasempre.spaces.live.com/default.aspx?sa=467071395

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Conexão Bogotá

Já havia tentado no dia que peguei o carro e esperava pelo meu amigo no aeroporto, já havia tentado ontem, cheguei a pedir para minha mulher procurar em vão no manual e não consegui parear meu celular (via Bluetooth) com o som da Montana, acabei pedindo ajuda para o pessoal lá da comunidade da Quatro Rodas e dois membros (Lulinha e Rafael) solucionaram meu problema, descobri como parear meu celular, além disso, descobri outra coisa que eu não havia percebido, NINGUÉM ME LIGA!
Rodei umas 2 horas com o carro e não recebi absolutamente nenhuma ligação, preciso resolver isso de qualquer maneira e me recuso a usar métodos desesperados como ficar com o carro na garagem com o celular em uma mão e o telefone sem fio em outra, a ligação precisa ser legítima, por isso, amanhã testarei vários experimentos para receber minha preciosa ligação:

- Vou procurar algum comunicado sobre animal perdido no jornal, ligarei a cobrar e desligarei antes da musiquinha acabar.

- Anunciarei meu facebook e orkut nos classificados dizendo que o comprador leva várias comunidades falidas e uma porção de amigos que não te ligam.

- Entrarei no MSN com o nick “ganhei na loteria”

- Colarei um adesivo no carro com o número do meu celular, a pergunta “Como estou dirigindo?” e sairei fazendo barbeiragens por aí.

Tenho certeza que uma dessas vai ser efetiva.
Hell's phone conectado, basta entrar no carro que ele reconhece, só falta a ligação


Outra coisa que eu precisei de ajuda foi para acertar o relógio que está errado desde que eu peguei o carro (e provavelmente desde que saiu da fábrica), procurei o manual do carro, mas ele deve estar com o pessoal da agência, foi aí que o pessoal da comunidade da Quatro Rodas me salvou novamente, o confrade Antonio conseguiu um manual do Agile em PDF para eu baixar, lendo o manual descobri que estava fazendo tudo da maneira correta, exceto por um pequeno detalhe, a ignição deveria estar desligada, simples, básico, não sei como eu não havia pensado nisso antes, mas não deu certo, o carro está no fuso horário de Bogotá, que droga! 

PS: Se você não entende bulhufas de carro, mas gostou do texto, conheça meu outro blog
http://provisorioprasempre.spaces.live.com/default.aspx?sa=467071395

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Começando a semana

Comecei minha semana com a Montana, a primeira coisa que fiz nessa segunda-feira foi apresentá-la à minha mãe que é cadeirante, pensei que fosse conseguir guardar a cadeira dela desmontada e dobrada atrás dos bancos, mas não deu, espaço tem, o problema é fazer a cadeira entrar, o banco do passageiro pode ser dobrado totalmente, dessa maneira a cadeira entraria com facilidade, mas onde eu ia colocar minha mãe enquanto desmonto e dobro a cadeira? (é uma pergunta retórica, não respondam)
Minha mãe curtindo o carro, a cadeira não passou pelo banco, mas o espaço é bom

Minha mãe se acomodou no banco da frente e a cadeira de rodas foi sambando na caçamba, ela gostou bastante do carro, principalmente por ser alto, para falar a verdade, sendo alto, ele poderia ser manco de uma roda e caolho de um farol que ela gostaria da mesma maneira, tenho certeza que a minha mãe não é a única mulher que pensa assim.
Já havia lido em outros blogs que a Montana chamava atenção por onde passa, mas eu creditava isso ao modelo cor de abacate metálico que eles estavam usando, a que eu estou usando é prata e mesmo assim, entorta pescoços por onde passa, na última vez que tanta gente olhou para mim no transito eu estava com a bagagem que deveria estar no porta-malas em cima do teto sem saber.
A Montana que eu estou usando tem vidros verdes, eles protegem contra o sol, mas não dão a privacidade que um insulfilm escuro proporciona, isso, aliado ao fato de que todos estão olhando para você pode ser bastante efetivo para abandonar hábitos condenáveis como cutucar o nariz no semáforo.
A Montana não agrada apenas as mulheres por ser alta, agrada aos geeks e fãs de ficção científica, o painel azulado lembra muito o filme Tron (sucesso dos anos 80 relançado recentemente) e em cima do compartimento que abriga o GPS tem um pequeno R2D2 que acende quando o alarme está ligado, não sei se me orgulho ou me envergonho de ser capaz de fazer tais analogias.

Painel Tron e o pequeno R2D2 protegendo o carro dos badidos

 Já descobrimos que a Montana agrada as mulheres e os nerds, mas o que nós realmente precisamos saber é se ela agüenta o tranco, se carrega peso, se agrada os trabalhadores, infelizmente, eu não sou um deles.
Quem sabe se alguém resolver fazer uma festa e me convocar para carregar umas caixas de cerveja eu descubra, alguém está disposto a me ajudar?


PS: Se você não entende bulhufas de carro, mas gostou do texto, conheça meu outro blog
http://provisorioprasempre.spaces.live.com/default.aspx?sa=467071395